Responda rápido: no supermercado, quantas vezes você pegou um tomate meio torto ou um abacaxi com formato estranho e, sem pensar duas vezes, devolveu ao cesto? Supomos que algumas vezes, não? Esse é um hábito comum, e todos nós já nos pegamos escolhendo outra fruta ou legume com uma aparência mais bonita, mesmo quando o item “estranho” está igualmente adequado para o consumo. Num universo em que o belo e o bom estão cada vez mais associados, nós escolhemos nossa comida (e vários outras coisas) por ser bonita, já que delimitamos que frutas, verduras e legumes saudáveis têm um determinado padrão na forma. Mas esse hábito é responsável por um enorme desperdício. Todos os anos, o equivalente a US$ 750 bilhões é registrado em perdas e desperdício de alimentos no mundo, seja por contaminação ou simplesmente pelo fato de um percentual de frutas, legumes e verduras serem considerados “feios”, ou seja, fora dos padrões estéticos para a venda em supermercados, hortifrutis e feiras. Os dados são da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em relatório sobre o custo anual com essas perdas. No Brasil, cerca de sete milhões de toneladas de frutas e aproximadamente seis milhões de toneladas de hortaliças são desperdiçados […]